domingo, 27 de maio de 2012

Sedentarismo X Hipertensão Arterial






A Hipertensão Arterial, caracterizada por apresentar-se como uma doença silenciosa (na maioria dos casos), possui uma vasta lista dos ditos Fatores de Risco que a acompanham, podendo ser classificadas tanto quanto modificáveis, como é o caso do tabagismo, da bebida alcoólica, do sedentarismo, da obesidade, dos hábitos alimentares e do estresse; quanto não modificáveis, como é o caso da idade, do sexo e do histórico familiar. Tais Fatores de Risco, entretanto, se não forem devidamente avaliados e considerados, podem acarretar em futuras complicações do sistema cardiovascular como um todo.
Entretanto, hoje focaremos no aspecto do sedentarismo, buscando compreender qual a sua relação com a pressão arterial e quais as consequências que advêm de tal prática. Entender porque as pessoas que se exercitam e praticam regularmente alguma atividade física têm menos propensão ao desenvolvimento dessa doença que vem invadindo a realidade do mundo pós-moderno. 





 O sedentarismo facilita, contribui, torna mais fácil, mais propício que haja um acúmulo de placas de gordura (ateromas) nas artérias, uma vez que o organismo precisará de menos energia para se manter. Isto é, haverá uma “sobra” de gordura que não foi devidamente metabolizada, fazendo com que haja uma maior concentração de gordura na corrente sanguínea, facilitando a formação dessas placas.




Os ateromas se formam da seguinte forma: as partículas de LDL colesterol (o dito colesterol “ruim”), entram no espaço subendotelial – que é o espaço entre a porção interna do vaso sanguíneo e a membrana interna elástica do vaso. Essas partículas podem se tornar oxidáveis, acelerando o processo da aterosclerose. Os monócitos (um tipo de glóbulo branco) são atraídos pelas moléculas de LDL oxidadas, se acoplando ao endotélio e entrando na camada íntima. Quando os monócitos se instalam na camada sub-íntima, eles passam a se chamar de macrófagos, e passam a englobar as partículas ricas em colesterol. Há, então, o início da formação de uma massa adiposa, constituída de macrófagos e de partículas ricas em lipídeos. Essa massa, então, passa a se desenvolver, criando as placas de gordura.



Essas placas começam, então, a obstruir as paredes das artérias, comprometendo a circulação sanguínea. Mas qual a relação de todo esse quadro com a hipertensão? Para exemplificar, pensemos em uma mangueira. Quando ela não está sendo pressionada, isto é, quando a água está fluindo de maneira contínua e ininterrupta, esse é o seu fluxo normal, padrão. No entanto, quando a pressionamos, diminuindo o seu raio de circunferência, a pressão dentro da mangueira passa a ser maior, permitindo que a água tenha um maior alcance. Uma analogia pode ser estabelecida entre as placas de gordura e essa mangueira, isto é, a mangueira representa a artéria, e a pressão exercida sobre a mangueira representa a própria placa de gordura formada, que diminui o raio de circulação do sangue dentro da artéria aumentando, com isso, a pressão arterial.


 Respondendo, então, à pergunta inicial (qual a relação entre o sedentarismo e a hipertensão): uma vida com hábitos sedentários tende a tornar mais propício o aparecimento das condições ideais para que haja o aparecimento das placas de gordura e, consequentemente, de uma possível hipertensão arterial. Algo que é mais difícil de ocorrer, que é mais facilmente evitado em pessoas que praticam regularmente alguma atividade física, já que gastam mais energia (metabolizam, por exemplo, mais gorduras, minimizando a quantidade dela no sangue) do que as pessoas que nada fazem.
Tendemos a pensar que tais situações ocorrem apenas com os outros, mas nunca com a gente. No entanto, é válido lembrar que a pressão alta normalmente é uma doença silenciosa e que, como tal, vai se instalando sem avisar. Busquemos, portanto, estar sempre nos exercitando, saindo da nossa zona de conforto e entrando em ação, entendendo que os efeitos benéficos das atividades físicas vão muito além de simplesmente se evitar uma possível hipertensão arterial.


Referências bibliográficas:



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